terça-feira, 14 de abril de 2009

o presidente da junta


Após ter declarado que a homenagem a Luís Leal era também uma homenagem aos jornalistas da nossa cidade, segundo palavras suas:

"Outra das razões que apontei para que se fizesse esta homenagem têm a ver com o facto de alguns ‘politiqueiros’ da nossa praça andarem a por em causa a credibilidade, a honestidade e a isenção de muitos jornalistas. Estes profissionais têm sido vexados, envergonhados e, muitas vezes, estão impedidos de tomar posições mais claras por serem profissionais e acabam por engolir muitas inverdades que são ditas. Não quero elogiar a Comunicação Social apenas por elogiar. Tenho amizade com muitos jornalistas, mas respeito todos por igual. Os mesmos que põem em causa a idoneidade dos profissionais são aqueles que lhes ligam para pedir ou exigir entrevistas."

O Presidente da Junta veio dizer que não está inclinado a apresentar candidatura nas próximas autárquicas.

São 18 anos, em que se misturou politiquice suja, traições, populismo, arruaça, ambição e muito, mas muito vinho.

O Presidente da Junta é a face mais visível de uma geração de poveiros em fim de vida.

São aqueles que, com o alto patrocínio de Campos Cunha, se acumulavam em tascos onde se falava de tudo, com as palavras mais indizíveis, regadas a litros de vinho e muita patanisca de bacalhau.

O máximo que muitos deles conseguiram foi entrar em associações, como a dos bombeiros, outros ficaram-se somente pelo vinho, e outros ainda descobriram tarde e más horas os livros e, num passe de mágica, tornaram-se críticos literários, pelo menos nas horas vagas.

O Presidente da Junta deve ser o único “caso de sucesso”, entre os demais.

É um homem temido pelos senhores da Câmara.

Uma mudança de cor partidária significaria a perda da Junta para o PSD.

E eles estão conscientes desse facto, como também o Presidente da Junta está.

Nas autárquicas de 2005 o Presidente da Junta tinha pretensões a ser vereador.

Como se lembram os leitores do povoaonline, em 2005 ele vestiu o fato de casamento para se apresentar a Macedo Vieira quando este o chamou para formar as equipas que iriam lutar pela vitória.

Segundos depois, saiu da Câmara e foi a casa vestir o fato-macaco, após recusa do seu nome para vereador.

Ninguém de bom senso iria querer, como vereador, um tipo que bebe um garrafão de vinho por dia, um tipo que fala pelos cotovelos quando está embriagado, um tipo que entra pelas casas para comer e beber, um tipo demasiado popular para o perfil pretendido pelos "pidescos" autarcas laranjas.

Nunca escondeu a mágoa por ter sido preterido, mas os benefícios patrimoniais fizeram com que se remetesse ao silêncio.

Não é com a chuva de Abril que se compra uma casa com piscina em Laúndos.

Sentiu-se atraído pelo convite de Diamantino para uma recandidatura, mas entre o sonho desfeito de ser vereador e o permanecer no Passeio dos Velhinhos, no Ovo de Páscoa e na Meia Maratona, sente que o seu tempo terminou.

Deixou, no entanto, uma porta aberta: uma conversa com Diamantino.

Já sabemos qual é o assunto:

Querem que eu me candidate?

Que benefícios patrimoniais me dão?

É o Presidente da Junta.









1 comentário:

Larose disse...

"Que benefícios patrimoniais me dão?"


....mas é assim tão à descarada?