quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

completo abandono


Foi das ideias mais brilhantes que algum ser humano poderia ter.

Quando em 1994 Macedo Vieira assumiu a Presidência da Câmara Municipal, após uma campanha eleitoral completamente desastrosa que quase conduziu à vitória do CDS que, na época, apresentou Augusto Boucinha como candidato, ninguém imaginava que a sua primeira medida, como autarca, fosse a remodelação da marginal da Póvoa de Varzim.

Ainda me recordo das palavras que publicamente repetia:

“Sou o cirurgião da cidade”

“Vou tornar a Póvoa de Varzim uma terra com turismo de qualidade”

“O facto de ter sido cirurgião dá-me o know how”

Dando concretização a este discurso, Macedo Vieira levou a cabo a “obra do século”, epíteto que viria a ser destronado pela construção da via B que passou, essa sim segundo o próprio, a ser a tal obra centenária, até porque muitos haviam tentado e só ele havia conseguido.

Só nunca descobri quem foram os outros.

Se o leitor tentar recordar o aspecto que possuía a marginal, como Manuel Vaz a deixou, será conduzido a pensar como eu:

Como é que o homem se foi lembrar de fazer o dito arranjo?

Após 14 anos e muita despesa supérflua com viagens para o Brasil, com investimentos pouco sucedidos como a Varzim Lazer, com “obras de arte” de gosto mais que duvidoso em rotundas, a que assistimos?

Ao total abandono do património poveiro.

É o caso da foto, é o edifício da Varzim Lazer, é o chafariz em frente ao Casino todo borrado de excremento de pomba, são as ruas adjacentes à Av. Mouzinho de Albuquerque, é a areia da praia já repleta de lixo, etc.

Todos os poveiros já têm noção de que a Câmara está completamente falida.

Dois sinais evidentes da péssima situação financeira da autarquia revelam-se com as obras da avenida Mouzinho e com as do Museu:


1- Parece que o cónego Melo já entrou com o processo de beatificação de Macedo Vieira na Santa Sé, ele que acaba de conseguir o "milagre" de fazer as ditas obras sem gastar um cêntimo. Claro! O poveiro é que a vai pagar quando meter o carro no túnel.


2- A empresa que vai proceder à remodelação do Museu é a mesma que apoia a equipa de ciclismo. A Câmara apoia o ciclismo em 10%, cerca de cem mil euros, a obra custa 60% do preço de concurso, cerca de seiscentos mil euros, a equipa custa um milhão de euros, o preço levado a concurso em um milhão de euros se cifra. É muita conta certa. Nem o Guterres faria tão direitinho.


Os sinais de total degradação estão à vista.





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