IGAT: autarca de Póvoa de Varzim deve devolver metade do salário.
A Inspecção-Geral da Administração do Território recomenda que o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim seja condenado a devolver à autarquia metade do salário que auferiu como autarca até Outubro de 2003, por ter recebido outras remunerações simultaneamente.
Não é difícil saber as razões por que o IGAT tomou esta posição. Leia o que ele tem mamado desde que assumiu as funções de Presidente da Câmara:
Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim desde 1993, é ainda vogal da Comissão de Vencimentos da empresa “Águas do Cávado, S.A.”, Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral da empresa “Metro do Porto, SA”, para além de integrar o Conselho Consultivo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (em representação da J.M.P.), o Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais, o Conselho Superior da “Primus-Promoção e Desenvolvimento Regional, S.A.” e o Conselho de Administração da “Varzim Lazer – E.M.”.
É Presidente do Conselho de Administração da LIPOR desde 2001. Foi eleito deputado à Assembleia da República na anterior legislatura.
Para além de tudo isto, que é muito pouco, segundo o próprio, porque tem pretensões a ser administrador do próximo hospital e, para isso, pediu ao Aurora Cunha Machado que fizesse muito barulho na Assembleia da República sobre essa questão, ainda foi sócio gerente da firma que possui com o irmão, a Mardebeiriz, lda.
Perguntará o leitor: E qual é o problema de ser sócio da Mardebeiriz?
Basta atentar na expansão que a Póvoa sofreu desde que ele, em 1993, assumiu a Presidência da Câmara.
Muitos terrenos nos arredores do concelho que não passavam de meras bouças, sem qualquer capacidade construtiva, através de alterações ao PDM passaram a ser zonas de construção.
Ora, tendo conhecimento privilegiado dessas informações, ele e o irmão, convidaram o Gomes do Marinheiro, homem de elevada fortuna (basta lembrar a ambulância que ofereceu aos Bombeiros no valor de 150 000 Euros), para fazer parte da sociedade e, assim, poderem ter capacidade financeira para adquirir os referidos terrenos e, posteriormente, após alteração do PDM, os venderem a preços vinte vezes superiores ao adquirido.
É simples. Basta ver que escrituras foram celebradas, em nome da Mardebeiriz, desde que o Gomes entrou para a sociedade.
Após recomendação do IGAT que obrigava a que Macedo Vieira devolvesse cerca de 38 000 contos (trinta e oito mil contos), o homem abdicou da gerência da Mardebeiriz, mas manteve-se como sócio, num acesso de falta de vergonha na cara, porque na realidade deveria abandonar pura e simplesmente.
Os milhões entravam nos bolsos a uma velocidade estonteante.
Daí ter surgido a conta em nome do filho Gustavo, com mais de cem mil contos por volta do ano 2000.
Pelo que sabemos, Macedo Vieira tem recusado devolver esse dinheiro.
Vais pagar caro, meu caro!
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