sexta-feira, 20 de março de 2009

os antepassados do ET




A minha mulher diz que eu tenho a pila pequena. Sem maldade. Tendo em conta os meus 1,85 m, o humor dela ultrapassa em proporção o embaraço que esses comentários me provocam.
De facto, os momentos com ela vividos são de excelente disposição. Sou um privilegiado em ter uma esposa bem-humorada.
Hoje em dia quando se aposta no casamento é como apostar na lotaria: ou se tem, ou não se tem sorte.
Foi uma aposta ganha, como amiudadamente repetem os políticos locais.
O Correntes d'Escritas é uma aposta ganha, o Meeting de Natação é uma aposta ganha, até a merda do cycling que ainda nem começou, nem participou em qualquer prova, já é uma aposta ganha.
ofendido
Mas se os políticos locais sofrem de graves limitações de vocabulário, o que mais me espanta são os jornalistas assimilarem o discurso e passarem, eles próprios, a utilizar a referida terminologia. Reparem nesta jornalista de um pasquim local:
correntes
ofendido


As gargalhadas partilhadas com a minha mulher só são ultrapassadas com as que resultam da leitura dos jornais locais.
Rir sozinho. É o meu passatempo preferido.
Nunca achei muita piada aos que riem por terapia. O leitor sabe. Aqueles que se juntam só para rir, sem qualquer motivo. E com a televisão presente ainda riem mais. Desesperadamente, desalmadamente, sem vontade alguma. Só falta ligarem os telemóveis para avisarem a família que estão a rir em directo.
Cambada de palermas. Eu acho que uma pessoa se junta a outras para rir porque não faz sexo ou tem falta dele, do sexo. Quem faz regularmente sexo já ri quanto baste, ou melhor, nem força tem para rir.
É só frustrados.
A rir sozinho saí eu de casa a caminho do Diana-Bar para ler os jornais locais.
O que eu mais gosto de fazer durante a semana é rir-me a ler os jornais.
Com excepção para o “O Comércio da Póvoa” que está a construir um jornal muito sério e de excelente qualidade, os outros são para rir.
Até me atreveria a escrever que “O Comércio da Póvoa” deve ser, nesta altura, o melhor jornal do país a nível local. Não sei quais são os outros, mas também não é importante.
Quem me visse diria que eu estava doido. Rir na rua. Sozinho.
Na memória ainda levava as palavras de Tino, aquele que se diz vereador com o pelouro da cultura:
ofendido
“Nunca fui tão ofendido nos meus já longos 15 anos de autarca”.
Que puta de lata!
O gajo que matou a cultura na cidade diz-se ofendido. Ele deveria era ser banido da cidade, proibido de cá entrar. Recambiado para Ponte de Lima onde tem a Quinta, mais o outro chupista.
Numa cidade que não tem cinema, não tem teatro, não tem música, não tem exposições, é caso para perguntar: que cultura é esta?
É a cultura do cimento, respondo eu do alto da legitimidade que me assiste como cidadão com um grau de exigência acima da média.
Agora vêm com Serralves, que o cabeçudo tratou logo de apelidar como “o Cristiano Ronaldo da Cultura”.
Esta é que é uma frase para perdurar por gerações vindouras, quando daqui a 300, 400 anos se fizer a história do Município. Frase do século, fica desde já definida.
Este homem é um incompreendido. Os poveiros estão mal habituados.
Então o homem traz para cá Serralves e ainda dizem mal dele.
Eu já estava a adivinhar: os CDU’s andavam descontentes. Os primeiros sinais vieram do Karl Marx que aproveitou a “onda Garcia” para tratar de apelidar Macedo Vieira e Aires Pereira de “idiotas”. E ninguém o meteu em Tribunal.
Eles têm pavor dos CDU’s. Os CDU’s são tidos, todo eles, como intelectuais. Basta ser da CDU para ser considerado um intelectual, ainda que de esquerda. Aquela bolsinha a tiracolo é sinal de intelectualidade. Macedo Vieira sempre quis ser um intelectual de esquerda, mas não tinha arcaboiço. Sabendo da sua natural limitação intelectual entra em pânico quando os CDU’s arrotam.
Quando anunciou Serralves, os CDU’s masturbaram-se todos na sede.
Eh pá, grande presidente o nosso. Serralves meu, dizia o Vitorino. Eh pá, até estou com tesão, dizia o Aurora.
Foram logo ver um filme pornô.
Cambada de medíocres!
Já com a abertura da Av. 25 de Abril foi a mesma coisa. Até cravos puseram na lapela. Grandes burros! Calam-se por pequenas merdas. Vendem-se por pouco estes CDU’s.
Na rua Tenente Valadim olho para a montra da GAS.
Uma boutique que faz malabarismo com a legislação não merece um mínimo de credibilidade por parte dos eventuais clientes.
Desde há cerca de 4 meses que o estabelecimento ostenta o letreiro: “MONTRA EM REMODELAÇÃO”.
Esta é a táctica que os “chico-espertos” utilizam para enganar a ASAE e, dessa forma, não colocarem os preços dos produtos.
Depois queixam-se que são multados. Chamem a ASAE imediatamente!
Que puto de calor que estava nesse dia. O tempo anda trocado. Um gajo nem sabe que roupa vestir.
Até que chego à rotunda da Fortaleza da Nossa Senhora da Conceição, vulgo Castelo.
Tenho que admirar esse homem que é Presidente da Câmara. Passam a vida a caluniar o homem, a ofendê-lo, a criticá-lo, mas sem qualquer fundamento. É tudo inveja.
O homem está a fazer uma obra boa, pá! Está lá há 15 anos, mas que interessa? O que interessa é a obra e essa está aí, para qualquer filho da puta ver.
Esta rotunda é de rir. Foda-se! Rio-me mais com esta rotunda do que com a "Xana, a Enfermeira Sacana".
Cansado, sentei-me no banco que lá está em pedra a ouvir os EBTG no leitor de mp3. Saquei do saco com os gressinos e pousei na mesa. Sempre gostei de gressinos. Antigamente até chamava grissinos. Se um gajo comprar gressinos num café paga uma fortuna por cada pau. Será que vendem gressinos nos cafés? Nem sei. Também quem teria coragem de pedir dois paus de gressinos para o lanche? Levo de casa e encho o bandulho.
Senti-me na idade da Pedra. Foda-se! Estes gajos conseguem que um homem viaje no tempo.
Uma mesa e um banco em pedra. Não percebi a ideia. Mas olha serviu para comer os gressinos.
Enquanto mastigava lembrei-me do Varzim. O Lopenhos arranja cada treinador!
Se o outro era “na Póvoa mandamos nós”, este é “a coragem”, “o esforço”, “a determinação”.
Quem ouve o moço até fica a pensar que o Lopenhos meteu dinheiro do bolso dele. É de rir.
Eu pensei logo: deixa vir o jogo com o Vizela que tu vais dançar. Até guardei as declarações dele. Leia:
Metade do negócio do estádio a Dico Dulimar já alienou a uma outra empresa, a Hagen.
Ainda o negócio não está concretizado e eles já andam a fazer dinheiro com o clube.
Ainda me lembro do debate na rádio, quando o Viana estava a dizer que tinha sido ele o autor do contrato. É de chorar a rir. Sozinho.
Ele fez o contrato no computador, mas quem lhe deu as cláusulas foi a Dico Dulimar. Então não foi? Claro que foi.
São muito burros. Ainda não compreenderam que o Varzim tem de bater no fundo, para tentar sobreviver.
Até fiquei entalado com os putos dos gressinos.
Continuei o meu caminho pelo Casino e passei para o outro lado, o denominado espaço radical que se encontra abandonado.
O homem oferece as coisas a estes meliantes e eles não aproveitam. Depois vêm-se queixar, como foi o caso do Zé Mijão que queria uma casa de banho por cada esquina.
Fez-se luz.
O homem é um incompreendido. Daqui a mil anos vai ser objecto de veneração pelo excelente trabalho à frente da Câmara.
Lá estava ele. O antepassado do E.T.. Em pedra.
Melhor: duas pedras, uma em cima da outra.
É a origem das espécies, pensei eu.
Lembrei-me da escultora. Teria sido ela a autora desta magnífica obra?
Ainda pensei pagar-lhe uma visita no seu atelier, mas aquilo deve ser uma pedreira e ainda me atira uma puta duma pedrada às costas.
Não Tony. Deixa-te estar quieto. Se ela assim fez é porque está correcto. Quem sou eu para duvidar da qualidade artística daquela grande merda que está ali.
É preciso compreender o homem:
É a dicotomia passado/futuro.


O presente já foi.




















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