quinta-feira, 26 de março de 2009

que justiça?




Em 2007 21 mulheres morreram em Portugal, vítimas de violência doméstica. Leia AQUI.


As minhas filhas ainda não atingiram a idade adulta, mas eu, Tony Vieira, estou preparado para tudo.


Um homem que vê nascer uma miúda, acompanha o seu crescimento, vive intensamente as suas alegrias e as suas tristezas, dá-lhe todo o carinho do mundo, ri e chora com os sucessos e os insucessos dela, orgulha-se de tudo o que ela faz e, um dia, porque um meliante a seduziu e enganou com a palavra “amor”, a sua vida transforma-se num inferno, num terror absoluto.


Até posso ir preso e vou. Quero que se foda. Mas esse filho da puta nunca mais será o mesmo. Em vez de ser a minha filha a ter medo de viver, há-de ser ele a sofrer para o resto da puta da vida dele. Direito ou aleijado. Isto se não lhe limpar o sebo.


Já disse. Não tenho medo de ser preso, mas se o for não há-de ser apenas por uma paulada nas costas, há-de ser porque o filho da puta já não está cá para contar à família dele como foi.
No fim fazia como a Fátima Felgueiras, candidatava-me como independente à Câmara Municipal, ganhava e pedia imunidade. Era a minha vez de rir. Sozinho mais uma vez.


O quê? Não ganhava a Macedo Vieira? Qualquer um, nesta altura, ganha a Macedo Vieira. Basta saber falar e estar calado.


Bandido que um dia, que eu espero nunca exista, agrida uma filha minha, esse filho da puta tem os dias contados.


Não existe maior cobardia do que a agressão a uma mulher, seja ela física ou psicológica.


Isto vem a propósito das injustiças que se cometem neste país e que, como cidadão, me deixam revoltado.


Um sindicalista, quando se manifestava contra o fecho da sua fábrica, a Pereira da Costa, e respectivos salários em atraso, foi identificado pelo facto de a manifestação ter sido considerada ilegal.


Sem o saber acabou julgado e condenado em 75 dias de prisão remíveis por multa.


Leu bem: 75 dias de prisão. Leia AQUI.


No âmbito do Correntes d’Escritas, na mesa de debate “Conta-me Um Conto”, onde meia dúzia de trengos, entre os quais se encontrava Mia Couto, esse africano de meia tigela, que contou uma “estória” que ouviu de outro e disse que era dele, imaginem que eu, Tony Vieira, contava a seguinte “estória”:


Um casal de namorados encontrava-se, por volta das três da manhã, dentro de um automóvel na marginal de Apúlia, a conversar e a trocar algumas carícias.


De repente, na escuridão da noite surgem quatro vultos que não puderam reconhecer, porque estavam encapuzados.


Ainda antes de poderem ter tempo de se interrogarem sobre as razões dos 4 homens, já o pára-brisas era destruído com uma forte pancada de um taco de basebol, bem como os vidros laterais.


Num ambiente de absoluto terror, os dois são obrigados a sair do automóvel e são agredidos, roubados, e a moça sequestrada durante várias horas.


O automóvel é incendiado.


Identificados, os bandidos são levados a julgamento.


Sentença:


5 anos de prisão suspensos por outros 5 anos.


Ou seja, se durante esses cinco anos os meliantes não praticarem nenhum crime essa pena de 5 anos é extinta, como se nunca tivesse existido.


Nem é necessário que não seja praticado nenhum crime. Basta que não haja conhecimento, por parte das autoridades policiais, da prática de qualquer crime, o que é bem diferente.


Coincidência ou não, um jovem foi baleado em Azurara, de madrugada, depois de ter sido surpreendido por um bandido quando se encontrava com a namorada dentro do carro.


Pode ler a notícia na imagem que inicia este post.


Três dos quatro bandidos condenados a cinco anos com pena suspensa são da cidade da Póvoa de Varzim e o quarto de Vila do Conde.


Segundo rezam as crónicas, no julgamento ter-se-ão mostrado arrependidos, pediram desculpa às vítimas e comprometeram-se a indemnizá-las.


Com base neste comportamento, típico de bandidos sem escrúpulos, o Tribunal decidiu pela suspensão da pena.


Significa que eles andam aí na rua a rir, satisfeitos, a gozar com a sociedade, com as próprias vítimas, com quem são capazes de se divertir rondando a sua própria casa.


Porque estes filhos da puta choram em Tribunal, mas quando saem são uns heróis e tratam de comemorar a sentença que tiveram, esquecendo todas as recomendações de quem os julgou.


Nesse aspecto, todo o criminoso é igual.


Aires Pereira e Tone Dourado também não tinham uma festa preparada para a respectiva absolvição no “Caso Dourado”? Com champanhe. No bar do Pavilhão Municipal, cuja principal responsável é nem mais nem menos do que a mulher do Aires, essa incompetente.


Só vejo uma consequência nisto tudo:


A desmotivação das polícias, que se desfazem a capturar esta “bandidagem” para depois os verem sair a rir e a gozar com os próprios agentes.


E isso é o pior que pode acontecer.


























1 comentário:

Larose disse...

....se soubesses o quanto isto me revolve as entranhas!