terça-feira, 10 de março de 2009

correntes d'escritas - encontro de reformados







Decorreu entre os dias 11 e 14 do passado mês de Fevereiro o X Correntes d’Escritas, ao qual se convencionou chamar “Encontro de Escritores de Expressão Ibérica”.

A denominação é feliz. Realmente o evento não passa disso mesmo, de um Encontro de Escritores, uns melhores outros piores, uns mais conhecidos outros menos conhecidos, uns que bebem mais outros que bebem menos, uns que trazem companhia outros que vêm sozinhos.

Todos desaguam na cidade da Póvoa de Varzim ao abrigo de um suposto evento cultural abrangente, em que não só os mais velhos participariam, mas acima de tudo despertar-se-iam vontades de leituras nos mais jovens.

Só treta.

Refira-se, antes de mais, que a décima edição de 2009 teve a presença do dobro dos escritores das edições anteriores, ou seja, cerca de 130.

Cada escritor traz, porque a isso é incentivado pela Organização, cerca de 3 acompanhantes.

Se em anos anteriores a despesa com esta gente foi cerca de 200 mil euros, este ano a coisa deve ter rondado os 400 mil, mais pó menos pó.

400 mil euros gastos em 4 dias, em que os supostos escritores e seus acompanhantes se fizeram deslocar em BMW’s de alta cilindrada, pagos com o dinheiro dos depauperados contribuintes poveiros.

100 mil euros por dia, em bebidas, comidas, almoços e jantares, em prendas e lembranças, em beijos e abraços.

O Correntes d’Escritas resume-se à cerimónia de entrega de dois prémios: os vencedores dos Prémios Literários Casino da Póvoa, Correntes d’Escritas /Papelaria Locus e Correntes d’Escritas/Porto Editora.

De interesse e com relevância para a qualidade do evento, apenas este momento é passível de referência jornalística.

E esta cerimónia resume-se a escassas duas horas. Tudo o resto não passa de tertúlias regadas a álcool até altas horas da madrugada.

Julga o leitor que esses tais escritores viriam do Brasil, de Espanha, da Venezuela ou da Colômbia à Póvoa de Varzim para estarem duas horas a assistir ao Macedo Vieira e ao Luís Diamantino a vomitarem palavras vazias de conteúdo?

Claro que não. Eles vêm, e vêm sempre, porque sabem que tudo o que gastam é pago pela nossa autarquia, desde o bilhete de avião até à despesa de hotel, incluindo consumo ilimitado de bebidas e outras benesses.

Como a nossa Câmara sabe que essas duas horas não teriam qualquer impacto em termos literários e culturais, o que faz?

Obriga as escolas do Concelho a dispensarem os alunos das aulas para estarem presentes em “mesas redondas” onde os tais escritores destilam o álcool consumido na véspera até altas horas da madrugada, sendo que alguns até metem dó atento o notório estado alcoolizado em que se encontram.

Pior que o tédio dos miúdos que são obrigados a assistir a essas “mesas redondas”, só a alegria dos professores em se verem livres deles, por 3 dias úteis da semana.

O que me espanta a mim, porém, é ver que nem os alunos sentiram motivação para estarem presentes.

Mire as fotografias do evento:




Ler a dormir ou dormir a ler.



Mário de Almeida, Rui Rio e Narciso Miranda não faltaram. Pudera! Era de borla.

4 comentários:

Anónimo disse...

Porquê que as refeições do correntes de escritas foram feitas no restaurante marinheiro do Gomes, sócio do Macedo Vieira na empresa imobiliária?

Anónimo disse...

Para quando uma análise ao "isento" presidente dos bombeiros da póvoa Rui Coelho? Gostava muito da sua opinião a este gajinho!

póvoa de varzim online disse...

Como esse Rui Coelho há outros por aí nas associações. Deixe-os aparecer.
Se escrever já vão logo dizer que tenho alguma coisa de pessoal contra o homem.
Quando aparecer no jornal, porque eles gostam de aparecer, aí vai chumbo.

Anónimo disse...

Neste "Correntes de Whisky" Muita mais gente se governou. não foi só o Sócio. Mas nesta santa terrinha até M.P. está arrebanhado.