segunda-feira, 30 de março de 2009

a utopia do bom ambiente






Tive conhecimento do episódio que se segue há cerca de um ano e, a partir daí, fui monitorizando o local podendo o leitor verificar que aquilo que se diz em surdina é, na realidade, facilmente constatado por qualquer simples mortal.




Não sei ao certo, porque não tive a oportunidade de verificar – de me documentar – , mas na última campanha para as Autárquicas, a questão, que bem ou mal, foi levantada, prendia-se com o facto de existir uma tampa de saneamento básico em ferro fundido, com os dizeres de: “Câmara Municipal da Póvoa de Varzim – saneamento básico” (julgo!) no parque de estacionamento do Restaurante Aqueduto no Alto da Póvoas.






Não posso precisar se a questão foi denunciada pelo P.S. (Partido Socialista), ou pelo B.E. (Bloco de Esquerda) ou se pelos dois, mas para o caso, não é relevante.




Para este assunto o que realmente importa referir é que toda esta zona, onde está implantado este complexo hoteleiro, é de reserva florestal, se não me engano porque, na prática, não é permitida a construção de edifícios, salvo situações muito limitadas e previstas na Lei.




Na altura, lembro-me que, o próprio dono do Restaurante ao ser entrevistado disse que iria agir judicialmente contra aqueles elementos (dos partidos atrás referidos) por difamação – um direito que lhe assiste certamente e ninguém lho nega.






Volvido todo este tempo, cerca de três anos e meio, ainda não houve a formalização de inquérito referente a este assunto. Logo, digo eu, ao manifestar a intenção de apresentar queixa-crime contra os autores da denúncia, o proprietário do Restaurante Aqueduto desviava assim as atenções sobre o seu enorme complexo hoteleiro.




O que me choca em todo este processo não é o facto de Restaurante Aqueduto estar implantado em zona proibida à construção, nem pelo facto de ter sido construído há já cerca de sete ou oito anos, mas sim pelos crimes ambientais cometidos durante todo este tempo.




Para quem não sabe o Restaurante Aqueduto está implantado numa zona não abrangida pela rede de saneamento básico, logo todo ele era canalizado para a(s) fossa(s) séptica(s). Até aqui não existirá, aparentemente, qualquer tipo de crime ambiental, dirá o leitor deste importante meio de comunicação (quase) social.






Mas na realidade os responsáveis deste restaurante aproveitando, inicialmente, o silêncio da noite, despejavam para a valeta, a(s) fossa(s).






Foi durante muito tempo.






Mas agora utilizam um dispositivo muito mais virado para as novas tecnologias – ou seja – têm um motor que liga e desliga automaticamente assim que a(s) fossa(s) estejam cheias, e sempre para a via pública.




Mas…, poderá perguntar o leitor, a Câmara Municipal terá conhecimento? – Pergunta pertinente.




De facto, a Câmara tem obrigação de ter conhecimento de todas as edificações existentes no concelho, mas acredito que pelo enorme volume de trabalho lhes tenha escapado (por muito grande que seja!).




Agora o que não entendo é, como é que (isto é realmente chocante!)…:




Os jantares do P.S.D. foram feitos, muitos deles, neste restaurante.




Conhecendo a opinião de alguns leitores deste blog, arrisco a adivinhar que irão dizer/escrever que é todo uma falsidade.




Provavelmente, os relatos que se ouvem acerca da limpeza com o camião cisterna (da Câmara) das zonas afectadas será eventualmente da responsabilidade e iniciativa do próprio condutor que nunca terá dado conhecimento aos seus superiores hierárquicos – mas no caso também não fazia mal, porque o condutor deste camião, costuma ser um primo do Senhor Presidente da Câmara.




Desconhecendo a Câmara a existência deste complexo hoteleiro, não se percebe então, como é que a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim tenha realizado durante muito tempo jantares de Natal para os funcionários da Autarquia.




Provavelmente este assunto não será do conhecimento do vereador do Pelouro do Ambiente, dirão os defensores mais acérrimos do sistema, poderia ser verdade, se não fosse o facto do próprio vereador, pela altura do seu casamento, ter tido conhecimento deste facto – até porque o copo-de-água foi realizado no Restaurante Aqueduto




As consequências ambientais são terríveis, os esgotos são canalizados para a valeta e acumulam-se numa bouça a uma cota mais baixa. Aí, com a continuidade, a flora alterou-se substancialmente onde era mato e tojo é agora um canavial (não argumentem, senhores que estão nos poderes, que esta situação é resultado das Alterações Climáticas!) é sim resultado de um desrespeito das questões de cidadania e da causa pública.






O que me leva e escrever este texto não tem nada de pessoal em relação ao Restaurante Aqueduto ou ao seu(s) dono(s), mas sim o desrespeito pelas questões ambientais.






Até porque nesta zona do Alto das Póvoas não é só este restaurante. É também possível encontrar uma sucata de dimensões impressionantes uma lavagem de carros, uma oficina de mecânica, estufas agrícolas e se não me engano muito em breve as famosas edificações de cimento justificadas com uma possível alteração do P.D.M.






Mas sobre este local poder-se-á perguntar quem foi a entidade responsável que canalizou de um lado da estrada para outro, através de um rêgo todo o esgoto que se acumulava junto ao canavial?






Quem vai ser responsabilizado pela contaminação do lençóis freáticos existentes na zona? Assim como as duas linhas de águas cartografadas pelos serviços camarários?

Para concluir estas linhas resta-me dizer que tudo acima descrito encontra-se neste momento a ser encoberto por uma obra deveras interessante – a instalação de saneamento básico – onde não existem quaisquer habitações, para além das referidas.




Algumas imagens onde se pode verificar movimentações de terras, sem justificação aparente.




Este é o nosso ambiente, e por isso somos todos responsáveis!
























1 comentário:

Larose disse...

..... E QUEM TEM DINHEIRO .....PODE!!!!